1 ANO DE SESSÃO PLENÁRIA EM BALANÇO
Segundo dados recentes, no primeiro ano da 10ª legislatura foram dadas mais de 1900 faltas, em 103 sessões plenárias. Isto vai para uma média de, mais ou menos, 19 faltas por sessão. Ou seja, por cada dia em que se deveria discutir o futuro do país, 19 ilustres acham que não devem comparecer, e que será mais proveitoso gastar o dinheiro (dos contribuintes) que lhes pagam, em passeios, acções de partido e campanha, grupos de estudo e de esclarecimento que nunca dão em nada e, pessoalmente a razão que mais gosto, estarem a trabalhar no gabinete pessoal, sito na própria Assembleia. De certa forma acabam por ter razão, dado que nas sessões plenárias pouco é decidido e aquilo deve ser uma valente seca. Com esta dissertação quero logicamente dizer que as faltas, à excepção de 13, estão todas devidamente justificadas, e que mesmo essas provavelmente serão limpas no fim do ano legislativo. Pior que este registo só, talvez, num ano lectivo de uma escola do secundário em zona degradada. Seria engraçado que os alunos pudessem também justificar a sua ausência através de palavra de honra, tipo:
Professora – Oh Zé Naifa! Onde é que te metes-te ontem?
Zé Naifa – Oh stôra portantos... Eu fui ali abaixo assaltar um posto de combustível, para dessa forma poder contribuir para o melhoramento da situação económica do meu agregado familiar e consequente ascensão social. Tamém temos direitos, não? O meu filho merece tudo de bom...Professora – Mas qual filho Zé Naifa?
Zé Naifa – Ora quales filho?! O meu terceiro... É que a Ana Badalhoca do 10º ano, turma C deu uma borla e aquilo deu penalty. Agora tenho de me aguentar né? Derivado aos factos devo precisar de dar mais umas faltas às sessões escolar, pois o fim de semana e 4ª feira de assaltos, não deverá chegar para alimentar tantas bocas.
Professora – Sendo assim, tudo bem. Vou-te justificar a falta. Mas para a próxima avisa com antecedência.
Zé Naifa – Isso é qu’era bom! Por acasos vai por em causa a minha palavra de aluno, retirando-me um direito adquirido que m’assiste?
Professora – Tudo bem Zé Naifa. Vai-te lá sentar...
Zé Naifa – Aonde? Não vê que as cadeiras foram todas gamadas pelo Toni Tolas, porque o pai dele é carocho e vendeu a mobília lá da barraca pra arranjar guito prá dose...
Professora – Puf! (cansaço)
...(e por aí fora)...
Mas o mais preocupante desta notícia que agora vem a lume, é o facto de 26 deputados que iniciaram funções em Março de 2005, nunca faltaram às sessões parlamentares. Bem! Se começarmos assim, onde é que iremos parar...? Querem matar a tradição! Primeiro andam para aí a falar em acabar com a tourada e a caça, agora temos deputados que não faltam... Isto é demais! No entanto nem tudo está perdido. Segundo o que Ene Capítulos conseguiu apurar, foi já reunido um grupo de estudo de veteranos parlamentares, com carácter de urgência, para tentar, em sede de inquérito aos visados, averiguar o que passou na cabeça destes coitadinhos. Segundo o Porta-voz deste grupo, o deputado Alegre Cravinho Lapela, sanções disciplinares não estão postas de lado. Espera-se que as primeiras conclusões deste processo estejam prontas já no ano de 2025.