Ene Capítulos

Blog sem censura. Aqui há escrita, críticas, opiniões e tudo o resto. Fala-se de tudo sem tabus. Do facto mais erudito, ao evento mais banal. Podem comentar o que quiserem e da forma e linguagem que entenderem.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

ENCALHADOS

O barco encalhado nos Açores, mais concretamente na Praia da Fajã, Ilha do Faial, vai ser desmantelado. A empresa proprietária do cargueiro fretou um helicóptero para levar a cabo a operação. Esse, por sua vez, avariou e ficou encalhado, em cima do navio encalhado. Depois foi alugado novo helicóptero que teve um problema no rotor e teve de aterrar de urgência em cima do primeiro, que estava sobre o navio encalhado. Entretanto foi pedido auxílio a um rebocador super potente, para arrastar dali para fora toda uma panóplia de maquinaria avariada. O que não se previa é que uma onda de 10 metros de altura aparecesse no momento do engate. Esta provocou a colisão do rebocador com o cargueiro e o consequente mortal à frente. O rebocador ficou num equilíbrio precário sobre os dois helicópteros, que estão depositados sobre o navio encalhado. Como a torre de elementos estava em riscos de ruir foi contratada uma equipa de equilibristas do circo moldávo, para tentar compensar o balançar provocado pela ondulação. O comandante do navio CP Valour, Omar Irevir, mostrava-se satisfeito com esta solução temporária. O plano seria aguentar a pirâmide de máquinas, até que as condições marítimas permitissem o desmantelamento do barco e a trasfega do material perigoso em segurança. Entretanto, apareceu o SEF e prendeu os moldávos todos, porque não tinham visto de permanência no território nacional. De caminho ainda multou a companhia responsável pelo navio, já que esta não tinha feito contrato de trabalho temporário aos artistas circenses. Presos numa cela sem condições, os moldávos apanharam piolhos e armaram um novo número de circo, totalmente inovador, com parasitas amestrados. Enquanto isso, o ministro de obras públicas deslocou-se ao local para tentar compreender como é que uma estrutura tão precária continuava em pé, ao passo que uma ponte de betão e pedra construída sobre um rio se desmorona facilmente. Portugal pede ajuda à CE e esta envia um subsídio dos fundos de coesão. Num derradeiro esforço para solucionar esta crise, a companhia aluga um avião de carga, que deveria deslocar da base das Lajes. O problema é que nesse dia os operadores de radar cumprem uma greve de 24 horas, exigindo melhores condições de trabalho e reivindicando a instalação de um mini bar na torre de controle, com coca-cola e cerveja sem álcool à discrição e ainda a distribuição de snacks a meio da manhã, da tarde e da noite. Sem parecer haver final à vista, e parecendo impossível executar o desmantelamento do navio, a empresa decide pela relocalização da ilha e manter o barco onde está, pois também não chateia ninguém. Em comunicado oficial informa ainda que, doravante, nunca mais encalhará navios em Portugal. Da próxima vez escolherá um país verdadeiramente desenvolvido...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

RALLY LISBOA/LISBOA

Com a actual conjuntura económica portuguesa e a sua evolução, corremos um grave risco. É que qualquer dia, um rally para ligar uma capital europeia, a uma capital de um país subdesenvolvido africano, não será necessário sair de Portugal... Saí de Lisboa, que é uma capital europeia; dá a volta pelo país, que é como se fosse a África da Europa; finalmente, acaba em Lisboa, que será também, uma futura capital de um país Terceiro Mundista...

quarta-feira, dezembro 28, 2005

O NATAL DA CABRAL

No dia de Natal, o DN publicou uma crónica da Sra. Helena Sacadura Cabral, que denota o espírito democrata desta criatura. Começa por se atirar com unhas e dentes, ao espírito consumista desta época de boa vontade. Chega ao cúmulo de generalizar a ideia de que ao enchermos as crianças de presentes, tentamos, de certa forma, preencher lacunas que poderão ser deixadas durante o ano por alguns pais e até alguns avós. Mesmo que assim pense, a situação deverá ser escrita ao contrário. O esforço de educação e acompanhamento dos filhos por parte dos seus pais são, invariavelmente, deitados por terra por avós que enchem os netinhos de mimos e prendas. Esta senhora deveria saber do que estou a falar, dado que já tem idade para ser avó. A troca de presentes são, por si só, uma tradição desta quadra. Ponto final. Não há discussão nesta matéria. Abra bem os olhos, porque o consumismo tem lugar o ano inteiro e não apenas nesta altura. Provavelmente, fruto das políticas económicas liberizadoras que tanto defende.
Após esta primeira pedrada, Helena Sacadura Cabral, insurge-se contra o conselho do Governo de que escolas e locais públicos não deverão ostentar símbolos de carácter religioso. Saliento, no entanto, que esta medida só deverá ser posta em prática, quando existirem queixas ou críticas a estas situações, ou seja, quando alguém se sente lesado ou insultado. Ao que parece, esta figura da nossa sociedade ficou especialmente aborrecida, não tanto pela retirada de alguns crucifixos, mas mais pela extinção das fotografias de António Oliveira Salazar (um autêntico Deus para esta senhora). O preocupante é quando sugere que o Estado, sendo laico, não deveria utilizar as festas religiosas para transformar em feriados, embora o diga ao contrário. Segundo Cabral, “o Estado laico (...) não se importa de aproveitar os diazitos de descanso que os santos da instituição [Igreja] lhe continuam a permitir”. Em primeiro lugar, minha senhora, o Governo é que estabeleceu os dias de descanso e não a Igreja, para muita pena sua. Quem permite os diazitos de descanso é o Estado aos católicos. Segundo, os dias são verdadeiramente de lazer para a população laica, pois os católicos têm que se preocupar com o não comer carne ou ir à missa do Galo ou rezar o terço ou outra coisa qualquer, obrigações que eu não tenho. Aliás, se pensarmos um pouco, chegamos à brilhante conclusão que a Igreja só trabalha, verdadeiramente, nos dias que são de lazer para o povo em geral – domingos e feriados religiosos. De qualquer forma, julgo não estar a ser incorrecto afirmando que, ainda antes do aludido nascimento de Jesus, existia já uma festa dita “pagã”, na mesma altura do ano.
Assim, partindo do princípio que a população não católica não tem “moral” para gozar os feriados religiosos, o contrário também é verosímil. Ou seja, a Sra. Cabral não deveria gozar feriados, como por exemplo, o 5 de Outubro. Efectivamente, o dia que celebra a implantação da República, não faz qualquer sentido para uma pessoa que ainda vive na Idade Média. O mesmo se aplica ao 1º de Dezembro, dia da Restauração, já que acredita que o Estado se deve reger pelas leis do Vaticano, ou o 25 de Abril, por razões óbvias.
Mas, nem tudo é negativo nesta crónica. Ideias revolucionárias são lançadas, como por exemplo, a abolição das cinco chagas que adornam o escudo armilar da bandeira nacional. Eu defendo que deveríamos ter uma nova bandeira, com design exclusivo, feita por alguém com créditos firmados no mundo da moda. É que esta bandeira é muito foleira, principalmente na escolha e combinação de cores. O que é aquilo de verde e vermelho? Na minha modesta opinião, o novo estandarte deveria ser desenhado por Fátima Lopes. Quanto ao Cristo-Rei acho que a representação de um gajo de cabelo comprido e de barbas está totalmente démodé. Hoje em dia, esta imagem é mais conotada com um hippie. A nova representação de Cristo deveria ser um indivíduo calçado com sapatos de vela, vestido com um polo e com o cabelo, de tamanho médio, penteado com risca ao lado, sendo que a franja deve descair ligeiramente sobre o olho direito. A Igreja deveria pensar nisso.

PS – Gostaria de pedir à Sra. Helena Sacadura Cabral, como católica convicta, que usasse a sua influência junto da Igreja Católica, na tentativa de transferir a Páscoa para um dia útil, já que um feriado ao Domingo não dá jeitinho nenhum...

GIOVE A

A Agência Especial Europeia (ESA), ao abrigo do projecto Galileo, acaba de lançar o satélite de comunicações Giove A. Portanto, se virem uma coisa grande e de forma cúbica, a vir na vossa direcção, abaixem-se. Este satélite, depois de estar em órbita e operacional, vai oferecer uma panóplia de serviços, entre os quais se destaca a localização de um indivíduo em qualquer parte do Globo, que se faça acompanhar por um simples telemóvel. Ora isto parece-me extremamente útil. Principalmente, para todas aquelas pessoas que preferem permanecer no anonimato. Vamos lá a acabar com essa coisa da privacidade, oh fax favor!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

AONDE É QUE JÁ VI ISTO...

Parece que já vi esta coisa do “Portugal precisa de Si” em qualquer lado... Mas onde! Espera lá... Se eu mudasse as cores para azul, branco e vermelho. Agora, colocava um desenho de um velho com uma cartola ridícula e uma barbicha satânica. Por último escrevia isto em inglês... Ai como é que era? Ah! The Army wants You! Uma ligeira diferença na tradução, mas uma enorme parecença na filosofia... De qualquer, se Portugal precisa mesmo de mim pode contactar-me por carta, telefone ou e-mail. Tudo bem... Terei o maior prazer em responder-lhe e ajudá-lo, dentro das minhas possibilidades. Mas, aviso desde já, que não sou nada de especial. Não sou um daqueles pseudo-intelectuais, que têm a mania que domina 1001 assuntos diferentes, entre os quais se encontram, obrigatoriamente, a política, a economia, carros e futebol. E se o gajo vier com aquela conversa da recessão, informo já que não tenho nenhum jeito para a psicologia. Portanto, não sei qual será a mais-valia que posso representar para Portugal...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

É APOSTAR… É APOSTAR…

Portugal está, finalmente, no mapa mundi! Tudo graças à maravilhosa ideia do site de apostas Bet and Win. Então não é que estes austríacos enfiaram no site uma pool de apostas sobre as nossas presidenciais. Isto é fabuloso! Motivo de orgulho nacional... Eu já fiz a minha aposta... Acho que aos 39 minutos da primeira parte, Francisco Louçã vai-se isolar pelo flanco esquerdo (óbvio) colocando a bola de trivela na cabeça de Jerónimo de Sousa. Este fuzilará as redes do guardião Cavaco Silva. O resultado cingir-se-á à margem mínima. No entanto, ditará a vitória do proletariado oprimido sobre o capitalismo e o neo-liberalismo! Nessa altura o Manuel vai dar pulos de alegria festejando o feito, enquanto que Soares acordará com os festejos do público. Por outro lado, Garcia Pereira apresentará um protesto junto dos órgãos competentes por, mais uma vez, ter sido escandalosamente deixado de fora. O candidato afirmaria à boca cheia, que teria lugar na extrema esquerda. O seleccionador defenderia a sua escolha, declarando que a extrema esquerda de Garcia Pereira fica fora do rectângulo de jogo...

quinta-feira, dezembro 22, 2005

OLHOS NOS… ÓCULOS

Apenas alguns segundos do vosso tempo, para reflectir sobre o slogan do Francisco Louçã. Olhos nos Olhos. Que coisa é essa? Parece-me que este candidato falta à verdade. É que o gajo não larga os óculos em qualquer ocasião. A mim parece-me uma boa táctica, pois desta forma, com o aspecto mais intelectual, pode ser que o eleitorado o leve mais a sério. Assim o cartaz deveria afirmar “Olhos nos Óculos”. De qualquer maneira, independentemente da ligeira imperfeição, este slogan parece-me um bocado abichanado. Esta coisa dos olhos nos olhos... Não sei. Levanta-me sérias suspeitas. Ainda por cima, todos os outros candidatos têm idade para ser pai dele (no caso do Mário Soares – bisavô), o que, além de apaneleirado, é nojento e doentio...

SABE OUVIR

Ora aí está! O exemplo em como o marketing político se pode adequar ao perfil do candidato, espelhando a pura e dura verdade, como arma para alcançar votos. Na realidade, o slogan da campanha de Mário Soares “Porque Sabe Ouvir os Portugueses”, é um golpe publicitário de génio. Efectivamente, o gajo já só sabe ouvir. Correcção só deve ouvir. Se tentar falar, totalmente gá-gá como está, só sai disparate. Nesta medida, a verdade não foi distorcida. Simultaneamente, existe um fundo misericordioso no cartaz, com aquela foto de um velhote perdido, sem saber muito bem onde está. E pergunto eu: que melhor escolha poderia haver para a altura natalícia? Ainda para mais, com um povo como o português, que mesmo estando de tanga, ainda a tira para dar a um velho sem abrigo. Será esse o golpe de marketing que os profissionais por trás desta campanha estão à espera. O eleitorado vai olhar para os cartazes, ler a frase e exclamar:
- Coitadinho! Olha lá para o focinho do gajo. Está perdido!

- E já lês-te. Só consegue ouvir?!

- Pois, deve ser mudo...
- Vou votar no gajo. Pode ser que, com viagens e tratamentos pagos pelo Estado, possa ir a uma clínica estrangeira e fazer uma operação para conseguir falar.

- Boa ideia... Se calhar também pode voltar a ver... Acho que também vou votar nele! Coitado do velhote, pela cara, deve-se sentir sozinho...
- Pois pá! Ainda por cima nesta altura do ano... Abandonam assim os velhos, para irem passar o Natal fora!

- São uns animais!

- Podes crer...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

ELE FALA...

Contrariando as opiniões dos mais cépticos, Cavaco Silva continua a conseguir emitir sons pela garganta. A própria classe médica está atónita com o sucedido, já que um tão largo período sem exercício das cordas vocais deveria conduzir à sua colagem. Segundo parece, durante um intervalo na pré-campanha, após 128 ósculos a velhas desdentadas, 160 apertos de mãos a velhos com mãos imundas e 88 tapinhas a putos ranhosos, Cavaco dirigiu-se à Tasca do Ti-Xico e exclamou: “É uma bica curta, ó fax favor!” Passado quase 10 anos da sua última declaração em público, o político espanta novamente o mundo comunicando através da fala. Relembramos que o último registo vocal do Professor, data de 1996, altura em que disse: “Bem... Perdi...”; resumindo de forma brilhante e sintética, o ocorrido nas eleições presidenciais desse longínquo ano...

domingo, dezembro 18, 2005

O CHOQUE TECNOLÓGICO

Decididamente acho que estou a ficar ultrapassado… Ontem tive com uma maquineta na mão, que me deixou boquiaberto. Pela primeira vez senti o tal choque tecnológico, que o nosso Governo anda sempre a falar. O aparelho do demónio era, simultaneamente, uma agenda electrónica, um computador com acesso à Internet, um leitor de mp3, uma câmara de vídeo, uma câmara fotográfica, um gravador de áudio, uma máquina de escrever, um relógio despertador, um rádio, uma televisão e, com um bocado de jeito, ainda tirava bicas e cortava fiambre! E eu que tinha a mania que um telemóvel era, simplesmente, um telefone… móvel…

sexta-feira, dezembro 16, 2005

VACINAS…

Ultimamente tem-se lido que a vacina contra a gripe das aves, não chegará ao nosso país. Segundo o director-geral de saúde Francisco George, a futura produção desta vacina será muito limitada e não chegará a Portugal. É que neste cantinho europeu, não se produzem vacinas! Fontes oficiais afirmam que é muito mais fácil e barato produzir doenças. E não é que estão certos, com mil repolhos!!!
Na minha modesta opinião, essa coisa da produção da eventual vacina não chegar ao nosso país, não será, com certeza, um óbice. É que com o atraso que Portugal tem, a gripe das aves não deverá afectar-nos tão cedo! E quando isto acontecer, o mais certo é que o Homem, à custa da evolução natural, já tenha desenvolvido anticorpos para combater esta doença...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

O INSTINTO FEMININO

Sirenes de ambulância ou polícia... Pronto!!! Pára tudo, que o instinto feminino aguça-se como uma senta no sentido da calamidade, acidente ou acontecimento. O radar que a Mulher detém para antecipar este tipo de situações, não deixa de me espantar. Basta para tal ver, ao de leve, o reflexo do azul néon nos céus, qual sinal de Batman, para o apetite se tornar incontrolável. Abrandam o passo propositadamente, param os carros na via pública e as mais destemidas chegam a aproximar-se do círculo, que normalmente se forma nestes casos, trocando sábias palavras com bombeiros, polícia ou paramédicos, tentado dessa forma aquilatar da verdadeira gravidade da situação. Um gajo vê um acidente olha de soslaio e, na maior parte das vezes, esquece-o passado uma ou duas horas. Uma fêmea não! Esse acontecimento fica gravado no seu subconsciente e é motivo para uma ou duas semanas de conversa de café com as suas amigas. Também outra coisa não seria de esperar, da parte de criaturas que passam um episódio inteiro da telenovela a falar com as personagens que vão aparecendo no televisor, na secreta esperança de que algum ouvirá os seus sábios conselhos. Ao menos, o Homem não cai nessas figuras ridículas. Gajo que é macho, só fala para a televisão durante a transmissão dos jogos de futebol...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

O RITUAL

Alguém me consegue explicar o estúpido ritual do Homem de prestar homenagem aos mortos? Acontece, fundamentalmente, nos aniversários de grandes catástrofes, actos terroristas ou intensos massacres de guerra. Não percebo é qual é a finalidade. Sim porque os falecidos não vão conseguir ouvir o poema escrito pelos alunos da escola primária, nem mesmo ver a exibição do esquadrão de aviões da força aérea. Os únicos espectadores destes acontecimentos são os vivos, no entanto a homenagem é para os que perderam a vida, não deixa de ser contraditório. No meio desta dialéctica existe uma evidência que salta à vista: estas cerimónias servem para prolongar a angústia de todos aqueles que perderam os entes queridos. Tem toda a lógica de lembrarem a essas pessoas todos os anos o que realmente aconteceu! Tipo, toma atenção que faz hoje cinco anos que perdes-te o teu pai ou faz hoje oito anos que faleceu a tua tia, etc...

Recentemente, o ataque aéreo a Pearl Harbour completou o 64º aniversário (se fosse funcionário público, essa bela profissão que ninguém sabe ao certo o que é, mas pode abarcar 50.000 ofícios diferentes, já estaria aposentado). Isto significa que, mesmo que este massacre não tivesse ocorrido, a maioria das pessoas então falecida já estaria morta ou muito acabadinha. Mas, o verdadeiro choque surgiu numa filmagem televisiva da cerimónia. Um gajo velho, sobrevivente da tragédia, branco como a cal, com uma camisa às palmeiras e uma boina militar cheia de pins, fazia continência enquanto tocava o hino norte-americano e ao longe era içada a bandeira. Esta imagem ficará gravada para sempre na minha mente. Não que eu tenha qualquer ente querido entre os falecidos nesse dia. A questão é que a violência destas imagens foi tal que, a existir um Inferno, esta é a representação mais fidedigna que me foi possível vislumbra até hoje. Porra! O homem parecia um fantasma, com um bivaque na tola...

terça-feira, dezembro 13, 2005

O MAIOR MISTÉRIO

Para mim, o maior mistério não é aquela coisa do sentido da vida ou do que é que andamos aqui a fazer, nem nada do género. O que realmente considero misterioso, é a capacidade que certas pessoas detêm para conseguirem estar bem dispostas logo pela manhã! Não consigo captar, qual a alegria que pode encerrar mais um dia de trabalho ou de escola. Vamos analisar este caso de uma forma científica. Um gajo acorda de madrugada... Violentamente sobressaltado por uma qualquer maquineta que possua um mecanismo conhecido como alarme, a qual deveria ser proibida pela Convenção de Genebra, que serve tão-somente para obrigar uma pessoa a levantar-se do seu leito quando ainda lhe apetece dormir... O objectivo deste cruel acto é mandar um indivíduo trabalhar ou estudar... Terá, obrigatoriamente, de levar com pessoas com quem não simpatiza durante o dia inteiro... Podem-me elucidar, faz favor, onde é que há razões para um gajo estar bem disposto! Uma pessoa normal só pode começar a funcionar e a demonstrar boa disposição após o almoço. É que aí sempre pode afirmar em sua defesa que teve uma hora inteira sem trabalhar, o almoço estava muito bem confeccionado e que a companhia também foi aprazível. Todas as outras pessoas que vão bem dispostas para o trabalho logo de manhãzinha, não merecem o salário que recebem, pois, ao que parece, o simples facto de as deixarem trabalhar parece ser compensação mais que suficiente...

CURA HIV

A notícia de que um homem se teria auto curado do vírus HIV deixou a comunidade científica, e não só, perplexa. Pelos vistos, em 2002 este indivíduo foi diagnosticado como seropositivo. Passado 14 meses dessa data, o gajo curou-se sozinho. Como é que é possível? Anda um vírus a batalhar pela sua existência e fazem-lhe isto. O HIV é um vírus mortal transmitido, na maior parte das vezes, por via sexual. Acontece também contágio por transfusões de sangue. Por isso é que as testemunhas de Jeová têm razão em não permitirem estas promiscuidades. Quanto a mim, transfusões sanguíneas só com preservativo!
De repente aparece um gajo a eliminar o vírus, assim como que por milagre. Deve ter a mania que é Jesus Cristo, não? Qualquer dia transforma as Termas do Luso na Adega Cooperativa do Cartaxo. Por falar em milagre, esta cena é ainda pior para a Igreja Católica. Esta doença era um grande trunfo para manter os jovens em celibato até ao casamento, já que o uso do preservativo não é permitido e a prática do aborto não cura o bicho.

Desta forma, não existem agora razões para as pessoas resistirem aos prazeres carnais.
Não deixa de ser estranha toda esta situação. Afinal como é que este homem eliminou o vírus? Apontou um holofote (iluminado) e disse para o HIV: “Você está cercado e em menor número. Por favor largue os anticorpos e abandone este corpo!” Mas parece que isto foi especialmente benéfico é para o sistema imunitário da personagem. Segundo dizem, os glóbulos brancos afirmam que já estavam fartos desse agiota do Sida. Agora já poderão cumprir a sua missão sem qualquer dificuldade exterior...
Tudo isto, no entanto, está a ser particularmente difícil para o vírus. Este defronta neste momento uma grave crise existencial. Um bichinho com não sei quantos anos de evolução, para se tornar uma máquina de matar por transmissão sexual e aparece um Zé-ninguém e dá-lhe cabo do curriculum. Pois que esta coisa está mal...

segunda-feira, dezembro 12, 2005

A GRANDE DESCOBERTA

Recentemente fiz uma descoberta que promete anular uma das verdades tida como universal. O METRO QUADRADO NÃO EXISTE!!! É verdade, o metro quadrado é um embuste! Na realidade é cientificamente impossível que um metropolitano exiba uma forma quadrada. A corroboração desta tese baseia-se no simples facto de um quadrado não conter 3ª dimensão, ou seja, profundidade. Desta forma é um desperdício construir um metro quadrado, dado que depois era impossível colocar lá dentro pessoas, bem como os mecanismos essenciais à locomoção. No máximo, o metropolitano poderia apresentar uma aparência cúbica, embora não fosse muito normal. Isto equivale a dizer que o metro cúbico existe, ou que é exequível. Conclusão: ABAIXO O METRO QUADRADO! VIVA O METRO CÚBICO!!!

O Homem do quê…?

Ene Capítulos, em exclusivo mundial, tem o prazer de vos apresentar o Verdadeiro Homem da Conspiração. Assim, sem mais delongas, seguimos para a conversa com esta incontornável figura da nossa sociedade:
- Olá Verdadeiro Homem da Conspiração! Como está?

- Perdão deve haver algum engano!
- Como assim?
- É que eu não sou o Verdadeiro Homem da Conspiração.
- Ah não? Mas a mim disseram que vinha falar com o Verdadeiro Homem da Conspiração…

- Mas não sou eu…
- Pois…então quem é o senhor?
- Eu sou o Verdadeiro Homem da Constipação.
Confundem-nos muitas vezes.
- Mas eu não tenho nada preparado para o entrevistar!
- Pois… Isso é desagradável.
- Bem… hum… Tem feito frio não é?
- Oh oh! Frio e chuva. Tá um tempo… portanto… húmido.
- Pois… Isso não é nada bom.
- É o terreno propício para a gripe. Quando chove, o pessoal pensa que não tá muito frio. Mas tem estado. Olhe para a neve nas terras altas.
- Ah e você defende que isso implica a propagação do vírus da gripe?
- Precisamente. Eu como o Verdadeiro Homem da Constipação, digo que este tempo é brutal para apanhar uma grande gripalhada. Este fenómeno é particularmente incómodo para quem trabalha à noite.
- Não estou a segui-lo!?
- Portanto… Aquelas senhoras, que normalmente estão nas esquinas vestidas com trajes muito reduzidos, são mais propensas a apanhar gripe.
- Porque têm pouca roupa, certo?
- Nada disso! A isso elas já estão habituadas!
- Então não estou a segui-lo...
- O problema prende-se com a troca de saliva habitualmente praticada com os seus clientes.
- Então, mas isso são os chamados ossos do ofício...
- A sua análise é correcta. A gripe é um risco que as profissionais desta área têm de enfrentar. No entanto existe uma medida que poderia ser adoptada para travar esta situação.
- E posso perguntar qual é?
- Poder, pode. Mas eu também posso não responder. Mas se pedir como deve ser...
- Vá lá Senhor Verdadeiro Homem da Constipação... Faça lá o jeitinho, faz favor...?
- Já que insiste tão educadamente, aqui vai... Deveria ser distribuído gratuitamente a estas pessoas, o preservativo oral!
- Desculpe???
- Isso mesmo que ouviu meu jovem! E isso deveria ser controlado por uma Comissão de Higiene e Segurança no Trabalho.
- Mas eu nunca ouvi falar de um preservativo oral?
- Nem você, nem ninguém. Na realidade, este novo invento foi patenteado por mim na passada semana. Trata-se de um invólucro que estanca os fluídos da boca e bloqueia o seu intercâmbio, sem no entanto prender os movimentos da língua. Posso-lhe adiantar que o Mick Jagger ficou fã!
- Compreendo! Portanto isto é, nem mais nem menos, uma forma de publicidade encapotada?!
- Correcto, meu bom homem! Mas como recompensa, e como sei de fonte segura que é um frequentador assíduo de uma rua com aspecto duvidoso situada no Intendente, ofereço-lhe um protótipo deste novo produto, brevemente à venda em todas as farmácias e grandes superfícies do país!
- Você está consciente de que acabou de dizer a toda a opinião pública que Ene Capítulos vai às meninas???
- Perdão... No entanto, nos tempos que correm, é bom saber que não vai aos meninos!
- Tem razão. Obrigado!
- Ora essa! Disponha...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Deus é a resposta…

Não raras vezes as pessoas dizem-me que Deus é a resposta para tudo. Mas não sei em que medida Deus me poderá responder à questão de quando é que terei uma noite de sexo louco com a Isabel Figueiras! Com certeza que não vai ser abraçando a religião que o conseguirei. É que o voto de celibato não dá muito jeito nessas ocasiões… Nem o facto de ser casado. Espero que a minha esposa não leia isto...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Serviços pouco secretos


Notícias recentes provam que a CIA (Serviços Secretos Norte Americanos) tem utilizado aeroportos europeus, para fazer escala de voos secretos transportando prisioneiros islamitas suspeitos de terrorismo. Isto pode trazer várias interpretações. Primeiramente, para a Central Intelligence Agency, a execução destes voos secretos, parece que não estará a resultar muito bem, isto é, não aparentam ser voos muito secretos. Ao que parece, metade do planeta sabe o que aconteceu. A excepção são mesmos os americanos, burros que nem uma porta e mal informados como um calhau (basta ver o Presidente). Depois, transportar suspeitos de terrorismo por via aérea? Acham boa ideia? Já se esqueceram dos sequestros de aviões e dos ataques do 11 de Setembro?
De qualquer forma, se os muçulmanos descobrem esta marosca, ainda se fazem passar por terroristas para viajarem para a terra do tio Sam à borla. Depois de lá estarem, e comprovarem a sua inocência, ficam por lá a trabalhar como emigrantes. Os EUA, por vergonha e pressões várias, não os poderão expulsar. Aí é que vão ser elas...

sábado, dezembro 03, 2005

Já vi de tudo… Ou não!


Como se costuma dizer, pensava que já tinha visto tudo e que mais nada me espantaria, após ter visto um porco andar de bicicleta. Mas agora que tive a infelicidade de apanhar o Eusébio a falar inglês, a propósito do falecimento do antigo jogador de futebol George Best, tenho de reformular essa afirmação. Acho que depois deste incidente, a minha vida nunca mais será a mesma…

quarta-feira, novembro 30, 2005

Anunciada nova fusão de espaço aéreo

Ao que parece o novo aeroporto da Ota irá servir também o concelho do Porto. Dada a sua posição geográfica, praticamente equidistante entre a capital do Norte e Lisboa, o executivo propôs a utilização unitária desta infra-estrutura pelas duas áreas concelhias.
Mas as surpresas não acabam por aqui! O presidente da invicta (Rui Rio) mostrou-se entusiasmado pela ideia desta original fusão. Falando à imprensa, e quebrando assim o black out
que perdurava desde a tomada de posse do novo executivo, o chefe camarário reclamou para si o sucesso destas difíceis negociações. Rui Rio afirmou aos media que: “Foi uma grande vitória do Boavista... hum... hum... Perdão, da cidade do Porto! Conseguimos, além de um novo aeroporto como essa malta de Lisboa, conquistar o direito de baptizar este novo espaço!” Segundo Ene Capítulos conseguiu apurar o nome que reúne maior consenso para o novo aeroporto internacional do Porto é: OtaRio...

Aeroporto da Ota já está em marcha



segunda-feira, novembro 28, 2005

Os Flashbacks


Existe uma questão que sempre me intrigou – bem na realidade existem várias, mas agora interessa uma em particular – quando nas telenovelas, séries de má qualidade e filmes rascas em geral, a personagem se está a lembrar de uma acção passada ou a sonhar; a imagem dessa recordação ou alucinação aparece sempre nublada! Mas porquê? Porquê que acontece este embaciamento do óculo da câmara? Eu quando sonho ou me lembro de situações passadas não desce um nevoeiro repentino sobre o meu cérebro! De qualquer forma surgiram-me umas teorias, que gostaria de partilhar com todos:

1 – A primeira teoria, e a mais óbvia de todas, é que se tratam de vapores da sauna. Parece-me lógico, pois são nestes momentos de isolamento que as pessoas têm tendência a recordar. 2 – O cameraman sofre de miopia regressiva e não consegue focar planos passados. 3 – As lembranças são negras, associadas a nuvens baixas e ventos fortes.
4 – É amplamente difundida a inclinação para o excêntrico por parte dos actores e a sua predilecção pelos estupefacientes. Estas lembranças poderão estar impregnadas de LSD.
5 – Enquanto a acção não avança, a equipa de filmagem aproveita para apreciar um belo churrasco e o fumo pode interferir com o flashback
. Daí o cheiro a esturro sempre que o realizador recorre a esta figura de estilo cinematográfica.

Estas são algumas hipóteses que Ene Capítulos avança, na tentativa de iluminar o tortuoso caminho que leva à explicação desta autêntica cabala que afecta as telenovelas, séries de má qualidade e filmes rascas em geral. Quem conseguir formular melhores aclarações, o que acho pouco provável, para tão afamado fenómeno, por favor deposite o seu comentário.

PS – Se este post começar a descambar,-----5448xxxxx!?»»»««««[[[[{{]]{]{]-----++++++/////////+++*****@@964548-------- a explicação prende-se com o -------__________::::::::::L)()LJ???’’’’«««-------- facto de estar neste momento---------------//):;);(J:]--+/////++++++++*********[borboletas gigantes]----|||||ººººªªªª|||||||_____-______---------- a recordar um episódio assazengraçado... -------««----»»-- Estranho!Nevoeiroapodera-se do blog...-----------,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,________//&&amp;&%$$”#”#”/(%/çççççççççççççç::ç<<<<<<<<<<>>>>>>>><<@@££!!!----------- ------“”””#####$$$$$----- ---------------$$$$%%%%%%%%&&&&&&&}}-----

sábado, novembro 26, 2005

O Executivo rosa

Relativamente ao Governo de José Sócrates, podemos afirmar que nem tudo são rosas! Ao que parece, também existem para lá alguns elementos do executivo que são independentes...

sexta-feira, novembro 25, 2005

A “Instrução” do Vaticano

Segundo fontes fidedignas, o Vaticano, pela mão da sua Congregação para a Educação Católica, redigiu um documento, apelidado de Instrução, que deverá ver a luz do dia no decorrer da próxima semana. Ao que parece, este papel tece algumas considerações e linhas de guia quanto à comunidade homossexual e seu papel na Igreja católica. Através destas directivas, preconiza o Vaticano que deverá ser vedado o acesso ao sacerdócio aos homens “...com vincadas tendências homossexuais”. Julgo isto ridículo, já que os padres vestem-se com saias e túnicas, e as cores utilizadas nas suas vestes são, não raras vezes, um pouco berrantes... Vá lá, abichanadas!
Mais à frente o documento salienta que não pode “...admitir no seminário e nas ordenações sagradas aqueles que pratiquem a homossexualidade, que estejam enraizados em tendências homossexuais ou que apoiem a cultura gay”. Acho que se torna necessário explicar ao Vaticano que isso constitui, sensivelmente, quase toda população mundial. Os que não estão dentro desta bitola serão, quase de certeza, fundamentalistas islâmicos. Assim, arriscam-se a ficar sem padres.
No entanto, salvaguarda-se a situação em que tais “tendências” tenham sido “...claramente ultrapassada pelos menos três anos antes da sua ordenação como diácono”. Ora aí está! O gajo era uma bicha total, dormia com todos os gays e marinheiros que encontrava pela frente, chegou a vestir-se de mulher para enganar alguns homens, mas calma... isso foi há... deixa cá fazer as contas... três anos, quatro meses e onze dias. Sendo assim já pode ser ordenado!
A principal meta deste documento parece-me clara. A defesa do Vaticano dos recentes escândalos sexuais, nomeadamente os que envolvem pedofilia. Mas, refira-se, os pedófilos não são, obrigatoriamente, homossexuais. Além de tudo, não sei porque é que a Santa Fé se preocupa tanto com os comportamentos sexuais dos seus contratados. Os indivíduos não fazem um voto de castidade? Não são obrigados a renunciar os prazeres da carne? Se assim é, o que é que interessa serem homo, hetero ou bissexuais? De qualquer forma, eles nunca vão praticar... É como se o Vaticano, na pessoa do seu Papa, dissesse: “Ok malta! A partir de agora, escândalos sexuais, só em relações heterossexuais! Escolham prostitutas ucranianas, ou emigrantes ilegais brasileiras... Mas com uma ressalva! Por favor escolham sempre maiores de 18 anos!”

quarta-feira, novembro 23, 2005

Novo chá no mercado

Aproveitando a recente moda de produtos naturais, a empresa (Dis)Solver lança um novo tipo de chá – o Chá-Nax. Com propriedades únicas, esta bebida promete, a curto prazo, substituir grande parte da medicação química de certos doentes. Segundo especialistas esta essência ajuda em problemas de insónias e funciona também como calmante. Testes provaram que pessoas que sofrem de insónias adormecem 15 minutos após a ingestão desta nova variante de chá. Da mesma forma, os indivíduos que costumam ter “os nervos à flor da pele” acalmam quase instantaneamente, deixando-se preencher por uma sensação de paz interior, indo imediatamente rapar a cabeça e comprar túnicas cor-de-laranja. No entanto, nem tudo são rosas, e o governo já advertiu que se este novo produto baixar o rendimento com os impostos sobre os drunfes, ser-lhe-á aplicada uma taxa de IVA excepcional de 95%.
Curioso foi o facto de, no grupo de teste desta nova bebida, se depararem alguns efeitos secundários. Algumas cobaias, ao mesmo tempo que se besuntavam generosamente de caril, defendiam terem-se tornado indianas e tentavam manter as cordas da roupa erectas à custa de notas musicais arranhadas por uma flauta. Nas situações mais radicais, 2 pessoas morreram, na sequência de se deitarem numa cama de pregos, e 4 encontram-se em estado grave, ao tentarem engolir facas. Um número mais diminuto de testados sofreu de um estranho fenómeno de hipotermia, depois de se refugiarem em arcas frigoríficas. Efectivamente, estas pessoas pensavam que eram o Abominável Homem das Neves e que estava ali muito calor.
Numa decisão sem precedentes, a Liga de Clubes pondera a hipótese de alargar o patrocínio do campeonato neste ano desportivo. O Chá-Nax teria a sua imagem exposta nos painéis das Flash Interviews e nas camisolas dos árbitros. Além disso, a competição do escalão maior do futebol nacional passaria a intitular-se Liga Bet Chá-Nax & Win. Em troca, o Major Folhas de Loureiro pede apenas a distribuição gratuita do chá, aos trios de arbitragem com insónias e problemas de azia e aos dirigentes que costumam espumar da boca...

terça-feira, novembro 22, 2005

Tás mais…

E as pessoas insistem! Continuam permanentemente a salientar que estamos mais fartos. Como se não chegasse a humilhação introspectiva que a gordura que se acumula na cintura, vulgo pneu, nos faz sentir, estas criaturas têm a necessidade de gritar para o mundo a nossa condição obesa. Ok, estou gordo! Ok... consigo percebê-lo! Sim, porque eu não sou daqueles que se auto-engana! Estou gordo e não tenho problemas em afirmá-lo. Mas, o que me irrita, nem é o pneu que venho adquirindo, de forma regular e constante, ao longo destes últimos anos. Eu nem me preocupo muito com isso. Nunca fui um Don Juan, e não é agora que tenciono começar a sê-lo. O que realmente me aborrece são as pessoas que não sabem ver e calar. Tenho para mim a ideia de que esta conversa do: “Ah e tal tás bom! Pareces mais gordo!” – é um bocado como o paleio do tempo. Isto é, quando as pessoas não sabem o que dizer, decidem mandar esta acha para a fogueira do diálogo. Ainda por cima, os gajos que falam disto vêem-me todos os dias. Basta ressalvar o facto de estar mais gordo uma vez por mês, ou vá lá, todas as semanas. Tudo o que for para além disso torna-se monótono, e pode ser conotado como falta de imaginação.

O que se torna particularmente indigno é que estes sujeitos escolhem os momentos menos propícios para lançar estas deixas. Como quando estás rodeado de um grande número de pessoas, das quais algumas até te respeita. De preferência na presença de meia dúzia de miúdas atraentes. Mas dizia eu que, são estas as alturas em que se larga a frase: “Então?! Tás mais gordinho Miguel?!” Mas o que é que estes indivíduos procuram. Pretendem denegrir a minha imagem em público. Sem dó nem piedade. Ou, por outro lado, pretendem eles próprios ser enxovalhados, na sequência de uma reacção natural que possa ter a esta observação. Mas chateia o facto de, normalmente, estas pessoas são sempre magras, ou mais elegantes do que tu. Um gajo fica um bocado sem argumentos! Talvez algo tipo assim:

- Bom dia Miguel! Tás mais gordinho!
- Tens razão pá! Mas olha que tu perdes-te peso, hum!
- Achas? Eu não noto nada!
- É pá... Mas eu noto! Principalmente em termos cerebrais! Deves ter emagrecido uns bons 500 gramas de massa cinzenta!
- ???

No entanto, isto é capaz de não dar muito resultado. Não sei se esta classe populacional, sim porque esta é uma característica de uma dada franja da sociedade, usualmente ligada a famílias bem, sapatos Portside e camisas Sacoor, perceberá a indirecta. É mais fácil quando as pessoas têm, elas também, defeitos ou marcas de carácter físico:

- É pá oh Miguel! Tás mais cheiínho!
- Olha tu, com essa cinta, nem se nota o pneu!
- Qual cinta?
- Esta aqui [stretch!]. E o capachinho hoje está muito bem disfarçado!
- Mas eu não tenho capachinho!
-
Tens razão [paf!]. Onde é que eu tinha a cabeça! Tens é um couro cabeludo cabriolet, que involuntariamente ficou agarrado à minha mão!

domingo, novembro 20, 2005

Condições meteorológicas podem ser contagiantes


Um grupo de cientistas anunciou ontem que as condições meteorológicas podem ser contagiantes. Com efeito, após estarem enjoados de ouvirem expressões do tipo: “Tá um frio do cacete!” ou “Tá um calor que não se pode!”, o colectivo decidiu efectuar um aprofundado estudo sobre a possível influência do estado do tempo nas pessoas. Mais concretamente, se as condições meteorológicas podem alastrar por contágio. O grupo de estudo inter-disciplinar, conta com meteorologistas, psicólogos, sociólogos, geógrafos, matemáticos, etc., e chegou a algumas brilhantes conclusões. Assim, quando se faz a pergunta: “Hoje está mais frio, não acha?”; 95% dos indivíduos concordam imediatamente. Desta parcela, 49% das pessoas podem ainda nem ter saído de casa nesse dia. De ressalvar que este estudo realizou-se nos trópicos e baseou-se num universo heterogéneo de mais de uma centena de indivíduos, mantidos isolados de qualquer sugestão ou contágio exterior, e que 10% desta amostra era esquimó. Outra experiência consistia no famoso colete de lã. Para aqueles pouco familiarizados com este método, trata-se de trajar um indivíduo com um simples colete de lã. No dia seguinte é garantido que pelo menos 50% das pessoas do seu meio vestirá a mesma peça de vestuário voluntariamente. Para o sexo feminino, a peça a utilizar será a camisola de gola alta. Também se lançou a deixa: “Esta chuva não há meio de parar, hum?”, em dias de sol radioso. Por incrível que possa parecer, 75% da amostra anuiu automaticamente, sem sequer olhar pela janela, e destes os que tinham mais de 40 anos, acrescentavam: “E isso dá-me cabo do reumático!”. Uma parcela de 15% ficam na dúvida, mas após uma breve consulta à janela contradizem. Os restantes 10% – os esquimós – contradizem peremptoriamente e afirmam: “Tás parvo ou quê? Aquilo é neve!”. A última experiência realizada consistiu em apontar para o extenso areal da praia e comentar: “Ia pá! Olhó nevão que caiu ontem de noite!”. Aqui, as reacções foram das mais diversas. Cerca de 70% do universo estudado, calçou as luvas e foi para a rua fazer bonecos de neve, enquanto que 20 % decidiu ficar por casa e acender a lareira. Os 10% que sobejaram – os esquimós – tentaram desenfreadamente fazer um buraco no mar (que julgavam ser gelo), para iniciar a época de caça à foca.
Uma primeira hipótese formulada pelo grupo de estudiosos, aponta para que os fenómenos meteorológicos sejam mesmo contagiantes, e se transmitam pelo poder da sugestão. Não obstante esta forte probabilidade, os cientistas reservam uma opinião definitiva para o fim desta experiência, cuja segunda parte irá começar para a próxima semana, e que se debruçará sobre o fenómeno do calor.

sábado, novembro 19, 2005

A verdadeira identidade

Sócrates... Esse grande pensador e filósofo grego, talentoso jogador brasileiro, ilustre primeiro-ministro de Portugal. Assim, acredito que se torne difícil descobrir a sua verdadeira identidade. Depois admiram-se que os jovens sigam o caminho da política…

Taxista abusa da sorte

Na madrugada de ontem, um taxista abusou da sorte e saiu ileso. Segundo parece, a Sorte já apresentou queixa na esquadra da PSP de Massamá. Mas tudo indica que o prevaricador sairá ileso, pois, segundo fonte da própria polícia, a Sorte não anunciou testemunhas nem provas do ocorrido. A qualquer momento se aguardam novos desenvolvimentos neste caso...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Réveillon

Noutro dia tive uma ideia genial, passe a modéstia. Pensei em organizar um grandioso réveillon. Mas esta coisa de organizar uma festa de passagem de ano demonstra-se cada vez mais difícil. E o problema nem se ligava ao catering ou ao local, mas sim com a escolha do número musical. Primeiramente julguei por bem arranjar um músico mais clássico, mas que fosse conhecido, e reconhecido, pelas diferentes gerações. Por isso mesmo resolvi contactar o Frank Sinatra. No entanto as desculpas que os artistas arranjar hoje em dia transpiram requintes de malvadez. Então não é o gajo vira-se e diz: “É pá! Não vai dar... É que eu morri!”. Porra! Isto é desculpa que se dê! De qualquer forma, não me dei por vencido e apontei agulhas para o Ray Charles. Para grande surpresa minha, o gajo deu-me a mesma escusa. Logicamente perguntei-lhe se ele me estava a tapar os olhinhos, pois tinha acabado de falar com The Voice e ele tinha dito o mesmo. O Ray achou que estava a fazer uma piada de mau gosto e desligou-me o telefone violentamente.
Decididamente as coisas não corriam da melhor forma. Acabei por pensar que não haveria assim tantas pessoas velhas que fossem a um réveillon. Assim, decidi contactar um grupo dos anos 60/70, que também reúne grande consenso nas diversas franjas etárias. Quando falava com o vocalista Jim Morisson, o indivíduo surge com a seguinte noção: “É pá... os Doors até podem ir, mas só com o vocalista dos The Cult.” É claro que fiquei estupefacto com esta resposta, retorquindo: “Então, mas esse vocalista não tinha falecido?!”. E o Jim diz: “Não pá! Quem morreu fui eu!”. Tive a nítida sensação que estava a ser gozado pelos artistas norte-americanos. Disse ao Jim que deixasse o LSD e desta vez desliguei eu o telefone sem aviso prévio. Depois ainda têm a lata de dizer que falta iniciativa aos portugueses. Um gajo cada vez que se mexe farta-se de ser gozado. É por essas e por outras, que vou fazer a passagem de ano em casa!

quarta-feira, novembro 16, 2005

Calçada Portuguesa em Gaza

Apraz-me comunicar uma ideia do cacete (autenticamente genial, digo-vos eu!) que me vai fazer rico. Rico não... milionário. Milionário??? Bilionário, multi-bilionário... Enfim, deu para perceber a ideia. Mas agora, com esta excitação toda, perdi-me... Ah! é verdade, a ideia de génio: exportar calçada portuguesa para a Palestina. Aquilo para lá, com a Intifada, o que mais precisam é de pedras, correcto? Portanto um gajo dava um orçamento para uma empreitada de calçada portuguesa, com belos paralelos ou cubos calcários. Após a sua colocação, bastava esperar pelo primeiro confronto com forças israelitas para os passeios ficarem todos arruinados. Aí entrava em acção a segunda metade do negócio. Os calceteiros entrariam em cena, para repor tudo. Que grande negocio. Primeiro entrava o dinheiro da obra, depois o dos constantes restauros... Uma autêntica mina (atenção mina de ouro, não daquelas coisas anti-tanques).

PS – Não sei se alguém já explicou àqueles putos, que mandar pedras contra tanques de guerra não dá muito resultado. É que esses veículos não ficam com dói-dói, são resistentes. Mas, enquanto os gajos forem estúpidos a este ponto, o negócio tem pernas para andar.

terça-feira, novembro 15, 2005

Não se aponta que é feio

É um lugar comum afirmar que apontar é feio. Mas, infelizmente, se eu não apontar esqueço-me logo das coisas… A idade não perdoa…

O Sentido da Vida...

Não é a primeira vez que me dizem que só estamos aqui (no mundo) de passagem. Se assim for, espero que esta passagem seja uma passagem de nível com guarda, sob pena de, não o tendo, sermos abalroados por um qualquer comboio temporal. Na realidade, a vida é um portal pelo qual a alma espera transitar para uma nova dimensão, ou seja, o depois da morte. A ser verdade, Deus deve ser uma espécie de Guarda da Brigada de Trânsito da GNR: “A sua carta celestial, ó faz xavor!”

domingo, novembro 13, 2005

O meu puto

Hoje um terramoto pueril, seguido de um tsunami infantil, afectou a minha residência. Isto quer dizer, que o meu filho decidiu que iria brincar. Pelo estado em que ficou o apartamento, diria que o fez, pelo menos, durante uma hora. E não lhe chegava espalhar os brinquedos e tudo o resto, também tinha de ir brincar com as torneiras da casa de banho. Interessante foi reparar que este fenómeno foi extremamente localizado, pois o restante edifício nada sofreu. Em conclusão, parece-me que terei de accionar o seguro da casa...

PS – Em homenagem ao meu filhote Guigo, que faz hoje 4 anos

sexta-feira, novembro 11, 2005

Carta das finanças

Noutro dia, chegava eu a casa depois de mais um stressante dia de trabalho, deparo com uma carta das finanças no meu receptáculo de correio. Ora é claro que fiquei espantado, porque não conhecia nenhuma Finanças que me pudesse escrever... No entanto, após breve reflexão, supus que poderiam querer fazer uma auditoria às minhas contas. O desespero começou a tomar conta do meu corpo, o que, para quem nunca lhe aconteceu, é uma sensação desagradável. Enquanto abria a carta tentava-me lembrar onde raio tinha enfiado as declarações de IRS. De repente reparei que se tratava de uma execução fiscal. Isso fez-me sentir importante! Com mil repolhos! Eu, um pé rapado sem onde cair morto, foi-me instaurado um processo de execução fiscal. Segundo o Serviço de Finanças do Montijo, eu teria em dívida não sei quê do IMI do ano de 2004. Depois de grande investigação cheguei à conclusão que se tratava da contribuição autárquica. Aquela mesma contribuição da qual tinha pedido isenção de pagamento, e pasme-se, tinha sido deferida. Na sequência de tudo isto disse para comigo mesmo: “Pera lá! Isto também não é nada bom... Tudo bem que enaltece o ego um gajo ter uma execução fiscal, tipo os gajos com dinheiro que fogem aos impostos, ou os clubes de futebol, ou assim. Mas acho que isto me pode trazer complicações...”

Efectuei vários contactos, com a repartição do serviço de finanças do Montijo, direcção-geral de Impostos, etc, mas a comunicação com a máquina burocrática, e a sua extensão humana – o funcionário público – mostrou-se infrutífera. Foi assim que abracei o caminho da religião. Falei com o Senhor (Deus) e perguntei-lhe que hei-de fazer à minha vida e este problema com as finanças... que caminho hei-de tomar. Foi aí que ouvi uma voz: “Olha pá, para ires para as finanças segues a estrada nacional até ao centro do Montijo, viras à direita no segundo semáforo, depois à esquerda para a Avenida dos Pescadores e novamente à direita como quem vai para a Praça do Tribunal. Quando entras nessa rua, contornas pela primeira à direita para chegar à Rua Comandante Francisco Silva Júnior, paralela à primeira. Logo a seguir à loja EDP encontras as finanças.” Nunca ninguém me deu direcções tão precisas sobre um caminho. Encontrei logo a repartição. Deus deve ser taxista...

quinta-feira, novembro 10, 2005

INFORMAÇÃO DE TRÂNSITO POLITICO-METEOROLÓGICA

No panorama nacional de hoje, José Sócrates vai enfrentar resistência na 2ª circular, com mar cavado de pequena vaga, sendo que Marques Mendes irá impugnar as portagens de Alverca, com fila devido a acidente e ondulação de noroeste com cerca de metro a metro e meio. O Professor Marcelo já informou que se tiver bom para o tubo vai fazer um pouco de body-board ao mesmo tempo que lê algumas das 10 000 obras que consulta semanalmente.

No parlamento há corte da via central, devido a obras na A1, que poderão ser de neve nas terras altas. No entanto, o PCP avisa que o trânsito faz-se regularmente pela via da esquerda, apesar das fortes rajadas de vento no litoral Ocidental. O BE diz que tudo isto é um autêntico engarrafamento na rotunda da Boavista, com previsão de subida da temperatura máxima.

Na região Sul do país, o CDS/PP chama a atenção para as recentes medidas do Governo, que provocaram uma situação de autêntico caos político, com o tráfego intenso na A5, lá para Cascais, com céu pouco nublado ou limpo. O porta-voz do partido, afirma ainda que o país precisava era de um Salazar em cada curva apertada na estrada da Serra de Sintra, com fraca visibilidade, em virtude do nevoeiro ou neblina matinal.

No Alentejo profundo, o líder crónico do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, indica que aquele território continua a ser influenciado pela depressão associada a uma frente oclusa, que limita o acesso ao litoral Algarvio. Nota-se ainda algum congestionamento perto de Barrancos, devido à travessia da Estrada Nacional 114 da vara de porcos (pata negra) do Ti Jaquim.

Na Madeira, Alberto João Jardim defende períodos de trovoada, chamando a atenção para a avaria dos semáforos, no caminho das veredas da região sul da ilha. Enquanto isso, os Açores estão sobre a influência do Anticiclone, e a classe política adianta que, embora o arquipélago não tenha trânsito, sempre existem pastos verdes e vacas, o Pauleta e as suas bolas de queijo...

Rubrica – As Perguntas Que Nunca Foram Feitas III

Seguindo a orientação já delineada para a presente rubrica, Ene Capítulos foi conversar, em amena cavaqueira diga-se de passagem, com um dos políticos mais emblemáticos do passado século (ou do anterior, ou assim). Encontrámos um Aníbal Cavaco Silva simpático e conversador, mas ao mesmo tempo preocupado, não só com a situação económica do país, mas também com a constituição do seu próximo tabu, ainda sem tema. A este político com P grande decidimos perguntar: “Será essencial ser mentiroso compulsivo para se ser político?”


Ene Capítulos (EC) – Bom dia Professor Cavaco Silva e obrigado por nos receber!Aníbal Cavaco Silva (ACS) – Bom dia e não tem nada que agradecer. Sou o presidente de todos os portugueses, portanto recebo toda a gente.
EC – Mas professor, ainda não é Presidente...
ACS – Quem lhe disse a si?
EC – É que ainda não se realizaram as eleições presidenciais...
ACS – Ora... um mero pró-forma. Não se esqueça que eu nunca me engano e raramente tenho dívidas. Perdão... dúvidas.
EC – Pois nota-se. Mas professor, diga-nos por favor será essencial ser mentiroso compulsivo para se ser político?
ACS – Pois olhe... para dizer a verdade, não... hum... ajuda bastante.
EC – Poderia aprofundar mais um pouco professor?
ACS – Claro que sim. Olhe o meu exemplo. Na realidade, eu sou uma besta-quadrada, como todo o povo português teve oportunidade de assistir durante a minha governação, principalmente o segundo mandato.
EC – Sim, mas o que é que isso tem a ver?
ACS – Pois que eu no fundo sou uma pessoa antipática e com alguma arrogância. Agora desde que sou Presidente da República ando para aí a distribuir charme, sempre com um largo sorriso no rosto e com a Cavaca – a 1ª dama – pelo braço.
EC – Desculpe mas volto a frisar que ainda não é Presidente da República.
ACS – Você acha que se não tivesse a certeza que seria, alguma vez me candidatava? Já chegou levar nas ventas em 1996. Arrastei um tabu durante meses a ponderar todos os possíveis cenários eleitorais. Cheguei à conclusão de que só perderia contra D Afonso Henriques ou D Sebastião. Como o primeiro já morreu e o segundo desapareceu já há algum tempo, deduzo que tenho fortes possibilidades de ser o próximo Presidente.
EC – É pá você é incrivelmente mentiroso! Ninguém fez sondagens com os antigos reis de Portugal.
ACS – Quem lhe disse a si? Consegue provar o que diz?
EC – Não. Mas o professor também não consegue provar que foram feitas.
ACS – Mas isso é irrelevante. No nosso país basta mandar para o ar a suspeita para as coisas começaram a funcionar.
EC – Pois realmente é verdade. E diga-nos professor, se vencer as eleições quais as promessas ou primeiras medidas que executará?
ACS – Olhe vou dar uma barra de ouro a cada português.
EC – Não pode ser!
ACS – Pois não! Estava a brincar. Os meus consultores de imagem dizem que, de vez em quando se deve atirar uma piada. Dizem que é a imagem de marca do político moderno.
EC – Isso é estúpido!
ACS – Pois é, mas também não interessa! No entanto, posso-lhe garantir que irei inscrever o Tabu como matéria obrigatória nos currículos da Filosofia.
EC – Acha isso uma boa medida?
ACS – Nem por isso, mas apetece-me.
EC – E pode adiantar mais alguma coisa?
ACS – O TGV vai ser construído em cinco meses e passará por todas as estações e apeadeiros. Além disso, haverá um novo aeroporto da Ota em cada concelho de Portugal. Adianto ainda que Cahora Bassa irá ser transferida para o nosso país, acompanhada pelo Rio Zambeze.
EC – Mas isso é impossível?!
ACS – Pois é! Por isso é que dá jeito ser mentiroso compulsivo...

terça-feira, novembro 08, 2005

ESTATUTO ESPECIAL PARA FRANÇA

Hoje, na sessão vespertina do parlamento europeu, está prevista a aprovação de um estatuto especial para terras gaulesas. Segundo parece, França irá ser instituída como gueto da Europa. Especialistas que prepararam este diploma, defendem que o país reúne neste momento condições únicas para poder almejar este título. O ódio racial, a grande clivagem entre etnias e a diferença de equipamentos urbanos entre os centros citadinos e seus subúrbios, são algumas das razões apontadas para tão prestigiante nomeação. Fonte da União Europeia afirma que: “...os motins já lá estão, é só uma questão de oficializar a situação!”

Ao mesmo tempo, será apresentada a proposta para que Espanha se torne o posto fronteiriço por excelência, para a entrada de africanos no continente europeu. Experiência na matéria não falta a esta democracia. E quando a falta de razão imperar, pode-se sempre contar com um tiro ou dois para acalmar as hostes. As infra-estruturas já criadas, como os campos de concentração para alojamento dos clandestinos à espera de deportação, podem pesar nesta decisão. Além disso, Espanha é o único país europeu a deter, ainda hoje, um franchise (Ceuta) em terras africanas.

Para Portugal está prevista a proclamação a colónia oficial da Europa. Em breves palavras, esta aclamação significa que toda a escumalha poderá, por princípio, vir cá parar. Assim, os restantes países europeus terão a oportunidade de enviar para o nosso país todos os excedentes de emigrantes clandestinos. Nada a que não estejamos já habituados. Entretanto, em contrapartida, Portugal exportará os seus quadros médios e superiores recém formados. Países como Grã-Bretanha, Alemanha ou Suécia, dizem-se já preparados para receber este êxodo de licenciados, tentando de alguma forma atenuar a catástrofe humanitária que se antevê...

segunda-feira, novembro 07, 2005

QUEDA DE VENDAS DO WC PATO

Vítima da recente paranóia vivida no país com a célebre gripe das aves, o conhecido produto sanitário WC Pato registou uma quebra de 50% nas suas vendas. Efectivamente, estudos pedidos pela marca comprovam que os portugueses têm medo que o bico do pato lhes injecte o vírus pelo olho do cu. Isso poderia dar azo a uma constipação rectal, cujos sintomas passam por espirros e tosse anal, dores de nádegas e cólicas nos intestinos. Se o leitor experimentou nos últimos tempos algo semelhante, e se o citado produto equipa a sua casa de banho consulte imediatamente o seu médico ou farmacêutico. Se nenhum deles souber o que se passa consigo, é melhor averiguar o que realmente fez na noite anterior a ter acordado com uma grande ressaca...

domingo, novembro 06, 2005

Uma Criança é sempre Benvinda

É prática comum dizer que uma criança é sempre Benvinda. Na minha modesta opinião acho que há nomes muito mais bonitos que este!

Guiness World Records



Vamos lá ver se nos entendemos. Quem é que compra o livro do Guiness World Records? Mas esta malta está parva ou quê? A vantagem de comprar um livro destes é a mesma de comprar uma lista telefónica, ou seja, para o próximo ano já não está actualizado.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Rubrica – As perguntas que nunca foram feitas II

No seguimento do apontamento “As perguntas que nunca foram feitas”, Ene Capítulos decidiu, desta ronda inquirir um jogador de futebol com provas dadas. João Vieira Pinto é já um veterano das lides futebolísticas e conta no seu curriculum com um passado incólume, excluindo as mútuas agressões com Paulinho Santos, o murro no árbitro do Mundial e mais outras coisinhas que agora não vêm para o caso. Decidimos perguntar a este vulto do futebol nacional: “Se não fosse jogador de futebol, o que faria na vida?”
Ene Capítulos (EC) – Boa tarde João Vieira Pinto e obrigado por nos receber.
João Vieira Pinto (JVP) – Boa tardes senhor jornalista.
EC – João, diga-nos, se não fosse jogador de futebol, o que faria na vida?
JVP – Quê?
EC – Isso mesmo que lhe perguntei. Se não fosse jogador de futebol, o que faria na vida?
JVP – É pá! Essa eu qu’eu, portantos, não tava à espera. Deixa cá pensar...
EC – Deixe-me reformular a questão. Se não jogasse à bola, dar pontapés naquele objecto esférico durante 90 minutos, num jogo onde o objectivo é marcar golos. Se não fizesse isso, que outra profissão teria?
JVP – Profissão qué isso?
EC – Então a profissão do João é futebolista.
JVP – Ai é! Olha que nunca tinha pensado nisso...
EC – Pois. E se assim não fosse o que faria?
JVP – Prontos! A primeira parte já lá cheguei. Descobri portantos que a minha profissão é futebolista. Agora o resto pá...
EC – Então João! Não tem mais interesses na vida... Não gosta de outras áreas?
JVP – É pá portantos, nunca pensei nisso. Nem nisso nem noutra coisa qualquer. Acho que nunca pensei na vida. Isso explica o facto de ter sido pai, portantos noves fora nada... com 16 anitos.
EC – Por falar nisso o seu filho mais velho parece que está a seguir as suas pisadas, não é verdade?
JVP – Ah! Então é o cabrão do puto! O Gajo anda-me portantos a seguir! Pois pr’isso é quésta cena com a Marisa Cruz chegou aos ouvidos da outra!
EC – Não percebeu-me mal. O que digo é que o seu filho também quer ser futebolista. E parece que se está a dar bem não é verdade?
JVP – É pá, p’ra dizer a verdade não sei, já não vejo o puto à bués.
EC – Então mas não mantém contacto com os seus filhos?
JVP – Ouve não é isso! É qu’à cerca de 1 ano foi ver um teatro lá da Marisa. Sim, quela fez uma peça! Então desde lá que ando ocupado a tentar perceber o que se passava lá...
EC – Então mas João, aquilo era uma comédia musical, com um discurso directo!?
JVP – Pois pá! Já viu o desgaste mental a que tou sujeito de 1 ano p’ra cá.
EC – Sem dúvida. Foi a entrevista possível com João Vieira Pinto, a quem agradeço pela sua hospitalidade.
JVP – Ora hospital na cidade, hospital na cidade... Prontos, assim de repente não tou a ver. Mas pergunta aí a um bófia, qu’esses devem saber...
EC – Hum... Pois.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Na Ponte... A Passagem...

Os primeiros raios do astro rei começavam a tingir o manto escuro de laranjas e rosas. O dia adivinhava-se quente e soalheiro. E eu encontrava-me ali. Prostrado naquela ponte. Sentado no pavimento, meus pés balouçavam no vazio. A hora era madrugadora e os poucos carros que passavam nem reparavam na minha figura. Não evitei estabelecer uma parábola com a minha própria existência. Na realidade durante o meu percurso de vida, as raras pessoas que se cruzavam comigo, pouco ou nada me ligavam. Até os animais de estimação que por vezes tinha, mais à força de ofertas da minha mãe do que por minha iniciativa, morriam passado pouco tempo. Do cágado ao periquito, do cão ao peixinho dourado.

Uma pessoa houve que me acompanhou durante um largo período. Mas ela teve o bom senso de terminar o nosso relacionamento, na precisa altura em que há 3 meses não recebia salário. Porra! Mesmo na véspera de ser despedido é que aquela gaja acaba comigo! Que coincidência. Mesmo quando precisava de mais apoio. Aquele apoio que nos últimos meses, já não existia. Lá no trabalho, quando confrontei os patrões com o meu despedimento, deram-me a razão de contenção com as despesas. Numa época em que as fábricas começavam todas a fechar, para se recolocarem em países que permitam uma maior competitividade. Países em que a mão-de-obra é mais barata e o trabalho infantil além de legal é incentivado, por sociedades e governos para os quais direito das crianças nada significa. Nada mais podia esperar. Em breve, outros colegas iriam seguir o meu caminho. Depois a fábrica cessou a produção. Por fim, encerraria os portões.

E eu ali, sem saber muito bem o que fazer da minha vil existência. Pensei por momentos nos camaradas de labuta que estariam a passar o mesmo que eu. Desejei fortemente que fosse o único naquela situação, mas quando olhei para o lado, lá estava o chefe de turno. E mais à frente o supervisor. E mais à frente alguém da linha de montagem. E mais à frente... mais à frente... à frente... Consecutivamente. Senti-me impotente perante aquele cenário. Por momentos entreolhámo-nos, na tentativa de algo encontrar sem ser o vazio, a ausência de esperança. Quando falta um rumo à vida, que fazer? Saltei sem pensar duas vezes, tal como todos os outros que naquela madrugada partilhavam o tabuleiro da ponte.

Já a manhã ia a meio, quando os bombeiros e polícias acabavam os trabalhos de remoção dos cadáveres da via pública. As ruas eram limpas do sangue à mangueirada. O mesmo sangue trabalhador que tinha incentivado aquele inóspito lugar. Alguém entre assistência daquele macabro episódio perguntou “Porquê?”. Ninguém respondeu. Apenas se ouvia a pressão da mangueira e os murmúrios constantes das viúvas e órfãos. Lá do alto, acompanhado pelos outros suicidas, eu sorria. Por uma vez na vida não estava só...


quarta-feira, novembro 02, 2005

Rubrica – As perguntas que nunca foram feitas

Doravante, Ene Capítulos irá abrir uma nova rubrica intituladaAs Perguntas Que Nunca Foram Feitas. Será um espaço toldado por conversas informais, com personagens de créditos firmados na nossa sociedade, à volta de um determinado assunto. As primeiras entrevistas vão-se cingir à questão – “Onde gostaria que não houvesse vida?”
Assim, passamos de seguida a transcrever a conversa com a Professora Estrelinha Cai-Cai, licenciada em Astrofísica e doutorada em Astronomia Aplicada, pelo Instituto Superior da 3ª Aura Celeste.

Ene Capítulos (EC) – Professora Cai-Cai, onde gostaria que não houvesse vida?
Professora Cai-Cai (PCC) – Olhe, sei lá, em Marte.
EC – Desculpe? Disse em Marte ou em Markl?
PCC – Disse mesmo em Marte. Mas essa coisa do “Há vida em Markl” também poderia acabar. Não é por nada... Só que aquele indicativo
anterior, composto pelo Ginjas ou Jimba ou lá quem é, já irrita um bocado!
EC – Mas há mesmo vida em Marte!?
PCC – Pois evidentemente que sim.
EC – Desculpe é que não fazia a mínima ideia.
PCC – Pois, o povo é muito inculto. Em determinadas matérias! Se um clube de futebol em Portugal contratasse um marciano, com certeza que já sabia.
EC – Realmente. Mas diga-me, porquê acabar com a vida em Marte?
PCC – Olhe, aquilo já é muito aborrecido. Quando descobrimos pela primeira vez aqueles seres ficámos montes de contentes e não sei quê. Só que agora já não é novidade. É tipo uma colecção do último Outono/Inverno.
EC – Mas diga-me como são os marcianos.
PCC – Olhe são muito chatos.
EC – Ah! Portanto são bidimensionais.
PCC – Quais bidimensionais, não seja parvo. São chatos porque estão sempre a fazer a mesma coisa.
EC – Compreendo. E essa coisa o que é ao certo?
PCC – Basicamente tremer. Você nem imagina o frio que faz lá para Marte está a ver.
EC – E nada mais?
PCC – Pois realmente não. Também têm para lá uma liga de futebol do sistema solar, com equipas de Vénus e Plutão, mais não sei quê, só que aquilo acaba tudo à tareia.
EC – Então mas esses outros planetas também têm vida?
PCC – Não seja parvo, claro que têm. Todos os planetas do nosso sistema.
EC – Porquê que essa liga acaba sempre a pancada? Julgava que as civilizações alienígenas fossem mais desenvolvidas que a terrestre?
PCC – Quanto a essa questão os sociólogos planetários divergem. Uns dizem que se prende com o sistema. Outros dizem que se relaciona com as sondas enviadas ao planeta Marte – sede desse torneio. Os marcianos culparam os venusianos de terem aterrado esses corpo estranho no meio do campo de futebol. Por seu lado, os venusianos incriminaram os plutões, enquanto estes últimos descarregam as culpas sobre os marcianos. Uma outra facção, ligada aos comentadores de desporto interplanetário, opinam que esta situação se prende com um Major saturniano, que autorizou um patrocínio de um site de apostas da Via Láctea, e que há uns árbitros ao barulho que receberam uns fios de ovos. Resumindo... ao certo ninguém sabe.
EC – Isso é bastante complicado! Parece quase o que se passa em Portugal!
PCC – Já percebeu porque é que acabava com a vida em Marte. E olhe digo-lhe mais, já que estávamos com a mão na massa, extinguia-se também a vida nos outros planetas do nosso sistema.
EC – Isso não seria uma medida muito radical?
PCC – Não, repare. Na realidade eu abracei esta profissão para encontrar civilizações mais avançadas, com as quais poderíamos aprender qualquer coisa.
EC – E depois descobriu esses extraterrestres.
PCC – Autênticos bárbaros, digo-lhe eu. E isto não tem nada a ver com racismo nem nada do género, que a empregada lá de casa até é preta, tal como o jardineiro e o condutor. Temos de dar trabalho a essa gentinha, não acha? É que senão vão roubar, e sei lá o quê, e isso não é bonito.
EC – Hum... Não poderia concordar mais Professora. Muito obrigado por tudo

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