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sexta-feira, dezembro 30, 2005

ENCALHADOS

O barco encalhado nos Açores, mais concretamente na Praia da Fajã, Ilha do Faial, vai ser desmantelado. A empresa proprietária do cargueiro fretou um helicóptero para levar a cabo a operação. Esse, por sua vez, avariou e ficou encalhado, em cima do navio encalhado. Depois foi alugado novo helicóptero que teve um problema no rotor e teve de aterrar de urgência em cima do primeiro, que estava sobre o navio encalhado. Entretanto foi pedido auxílio a um rebocador super potente, para arrastar dali para fora toda uma panóplia de maquinaria avariada. O que não se previa é que uma onda de 10 metros de altura aparecesse no momento do engate. Esta provocou a colisão do rebocador com o cargueiro e o consequente mortal à frente. O rebocador ficou num equilíbrio precário sobre os dois helicópteros, que estão depositados sobre o navio encalhado. Como a torre de elementos estava em riscos de ruir foi contratada uma equipa de equilibristas do circo moldávo, para tentar compensar o balançar provocado pela ondulação. O comandante do navio CP Valour, Omar Irevir, mostrava-se satisfeito com esta solução temporária. O plano seria aguentar a pirâmide de máquinas, até que as condições marítimas permitissem o desmantelamento do barco e a trasfega do material perigoso em segurança. Entretanto, apareceu o SEF e prendeu os moldávos todos, porque não tinham visto de permanência no território nacional. De caminho ainda multou a companhia responsável pelo navio, já que esta não tinha feito contrato de trabalho temporário aos artistas circenses. Presos numa cela sem condições, os moldávos apanharam piolhos e armaram um novo número de circo, totalmente inovador, com parasitas amestrados. Enquanto isso, o ministro de obras públicas deslocou-se ao local para tentar compreender como é que uma estrutura tão precária continuava em pé, ao passo que uma ponte de betão e pedra construída sobre um rio se desmorona facilmente. Portugal pede ajuda à CE e esta envia um subsídio dos fundos de coesão. Num derradeiro esforço para solucionar esta crise, a companhia aluga um avião de carga, que deveria deslocar da base das Lajes. O problema é que nesse dia os operadores de radar cumprem uma greve de 24 horas, exigindo melhores condições de trabalho e reivindicando a instalação de um mini bar na torre de controle, com coca-cola e cerveja sem álcool à discrição e ainda a distribuição de snacks a meio da manhã, da tarde e da noite. Sem parecer haver final à vista, e parecendo impossível executar o desmantelamento do navio, a empresa decide pela relocalização da ilha e manter o barco onde está, pois também não chateia ninguém. Em comunicado oficial informa ainda que, doravante, nunca mais encalhará navios em Portugal. Da próxima vez escolherá um país verdadeiramente desenvolvido...

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