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sexta-feira, novembro 11, 2005

Carta das finanças

Noutro dia, chegava eu a casa depois de mais um stressante dia de trabalho, deparo com uma carta das finanças no meu receptáculo de correio. Ora é claro que fiquei espantado, porque não conhecia nenhuma Finanças que me pudesse escrever... No entanto, após breve reflexão, supus que poderiam querer fazer uma auditoria às minhas contas. O desespero começou a tomar conta do meu corpo, o que, para quem nunca lhe aconteceu, é uma sensação desagradável. Enquanto abria a carta tentava-me lembrar onde raio tinha enfiado as declarações de IRS. De repente reparei que se tratava de uma execução fiscal. Isso fez-me sentir importante! Com mil repolhos! Eu, um pé rapado sem onde cair morto, foi-me instaurado um processo de execução fiscal. Segundo o Serviço de Finanças do Montijo, eu teria em dívida não sei quê do IMI do ano de 2004. Depois de grande investigação cheguei à conclusão que se tratava da contribuição autárquica. Aquela mesma contribuição da qual tinha pedido isenção de pagamento, e pasme-se, tinha sido deferida. Na sequência de tudo isto disse para comigo mesmo: “Pera lá! Isto também não é nada bom... Tudo bem que enaltece o ego um gajo ter uma execução fiscal, tipo os gajos com dinheiro que fogem aos impostos, ou os clubes de futebol, ou assim. Mas acho que isto me pode trazer complicações...”

Efectuei vários contactos, com a repartição do serviço de finanças do Montijo, direcção-geral de Impostos, etc, mas a comunicação com a máquina burocrática, e a sua extensão humana – o funcionário público – mostrou-se infrutífera. Foi assim que abracei o caminho da religião. Falei com o Senhor (Deus) e perguntei-lhe que hei-de fazer à minha vida e este problema com as finanças... que caminho hei-de tomar. Foi aí que ouvi uma voz: “Olha pá, para ires para as finanças segues a estrada nacional até ao centro do Montijo, viras à direita no segundo semáforo, depois à esquerda para a Avenida dos Pescadores e novamente à direita como quem vai para a Praça do Tribunal. Quando entras nessa rua, contornas pela primeira à direita para chegar à Rua Comandante Francisco Silva Júnior, paralela à primeira. Logo a seguir à loja EDP encontras as finanças.” Nunca ninguém me deu direcções tão precisas sobre um caminho. Encontrei logo a repartição. Deus deve ser taxista...

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