Ene Capítulos
Blog sem censura. Aqui há escrita, críticas, opiniões e tudo o resto. Fala-se de tudo sem tabus. Do facto mais erudito, ao evento mais banal. Podem comentar o que quiserem e da forma e linguagem que entenderem.
Será impressão minha ou as coisas antes tinham um sabor diferente? Não sei porquê, quando era puto um pastel de nata ou um bife de vaca tinham um sabor totalmente divergente do de hoje em dia. Não me confondam! Não sou saudosista, nem tão pouco quero que o tempo volte para trás, como se diz na canção... Gosto de viver nesta época de inovação e informação. No entanto, quando tinha 10 anos, por exemplo, consumia um pastel de nata e aquele momento completava-me totalmente, enchia-me o paladar. Hoje em dia, quando como um pastel de nata, não me satisfaz minimamente. Não me sabe a nada! Tudo bem que é doce, mas pouco acrescenta ao açúcar com que é generosamente confeccionado. No que concerne ao bife de vaca, nos tempos correntes higienicamente embalados em páletes de plástico, o problema é ainda maior... Às vezes são tenros, outras duros. Às vezes são finos, outras grossos. Mas sabem sempre ao mesmo, ou seja, a nada! Aliás, minto, infelizmente têm sabor, embora este não coincida com o código genético adequado ao alimento. À coisa de dois meses fritei, por engano, a embalagem em vez dos bifes propriamente ditos, que foram parar ao contentor do lixo. Ingeria já o refinado cozinhado, quando a minha esposa fez menção ao ar relativamente pálido da carne... Realmente os alimentos estão a mudar. Pode ser defeito meu, mas toda a comida está com sabor diferente. As couves sabem-me a borracha. As cenouras a madeira. A fruta tem os mais variados sabores, menos os que originalmente me lembro. O frango sabe-me a esponja. O peixe a metal. Será isto realidade ou apenas o Matrix a fazer das suas...? Por outro lado poderá o paladar alterar com a idade? Tantas questões e tão pouco conhecimento... O segredo da cozinha moderna está no tempero. Um pedaço de carne sabe a pimenta, alho ou cebola. Só não sabe é a carne! Acho que é um sinal dos tempos...
Usualmente quando começo a falar, as mulheres começam a desmaiar... O que é que eu posso fazer? Tenho esse efeito nas senhoras. Mas desenganem-se os incautos leitores se julgam que isso acontece devido ao meu potente vozeirão, como saído das ondas hertzianas de um qualquer receptor. Na verdade essas pessoas desfalecem devido ao meu hálito. Em conclusão, as mulheres são seres muito sensíveis...
Depois de muito pensar cheguei a uma conclusão no mínimo brilhante. Esta coisa da Revolução de Abril ser conhecida como a Revolução dos Cravos é um bocado abichanado. Ainda por cima numa época em que todos os militares eram, obrigatoriamente, do sexo masculino. Toda a gente conhece a lenda da senhora que colocou flores nas armas dos militares, por isso vou-vos poupar a seca e não me vou armar para aqui em José Hermano Saraiva. No entanto, essa medida tornou esse grande corte com o passado numa revoluçãozinha. Sejamos francos. Aquilo foi coisa pouca. Uns tirinhos, umas prisões e pronto. Agora damos o poder ao povo. Por mim tudo bem. Não posso é deixar de pensar que, além dessa coisa do poder ao povo ser bastante duvidosa, poderíamos ter ido muito mais longe. Bastaria para tal, que invés de terem sido postas flores nos canos das armas, as abastecessem com CERVEJOLA! Isso é que era uma revolução à Homem! O pessoal da tropa, além de poder sorver o generoso líquido com uma palinha, cada vez que disparasse enviava uma MINI, no lugar de uma bala. Ah! Que bela festarola se tornava essa revolução... Aí o nosso esforço para acabar com a tirania seria conhecido como a REVOLUÇÃO DA CERVEJA! Dessa forma os líderes mundiais seriam obrigados a levar Portugal a sério. Agora um gajo chega ao estrangeiro, diz que vem de Portugal, eles começam-se logo a rir: Olha mais um Cravinho... Porra! Escolhe outro... Eu prefiro dizer que sou espanhol.
Em dia de 25 de Abril, aqui vai um exemplo em como, nos tempos do lápis azul, tal nunca poderia suceder. Isto nunca passaria pelo revisor: Viva a liberdade que temos para escrever mal em português. Ká komigo é assim! Mai nada!
Na sequência dos recentes acontecimentos no parlamento da passada quarta-feira ante Páscoa, chegou ao conhecimento público que um dos deputados mais faltosos é o líder do PSD, Marques Mendes. Mas Ene Capítulos soube de fonte segura que este homem vive um drama pessoal, digno de um noticiário da TVI. Efectivamente, o político falta aos trabalhos do parlamento sempre que tem agendada uma intervenção no hemiciclo. Embora Marques Mendes deseje ardentemente participar nos debates parlamentares, viu indeferido o seu pedido de requisição de uma caixa de frutas em madeira, pelo Presidente da Assembleia da República. Esse estranho pedido serviria tão somente para que Marques Mendes pudesse utilizá-la como palanque, para assim ser visto atrás da bancada parlamentar sempre que fizesse uma intervenção. Esse mesmo ponto de vista foi explanado ao Presidente da Assembleia, mas este mostrou-se irredutível da sua posição afirmando: “Isto não é nenhuma Praça, para ter caixas de fruta!”
O Deputado ao Parlamento Paulo Portas justificou-se no seu programa da Sic Notícias, Estada da Arte, quanto à sua falta nos trabalhos da Assembleia da passada quarta-feira. Com efeito, o ilustre político estava no local, mas a trabalhar no seu gabinete em projectos lei por indicação do seu líder parlamentar. Como todos sabem, o gabinete de Paulo Portas no parlamento é dos mais sofisticados e encontra-se equipado com um Solário, entre outras particularidades. Daí se explica o bronze cobreado da sua tez, orgulhosamente exposta na televisão! E a malta a pensar que o gajo tinha feito gazeta como a maioria dos parlamentares... Que injustiça! Este homem é um mouro de trabalho!
Ene Capítulos vem por este meio pedir oficialmente desculpas por, nos últimos dias e por motivos de força maior, não ter escrito qualquer comentário no seu blog. Infelizmente encontrei-me confinado ao meu gabinete no Parlamento, a ultimar posts por especial pedido do meu líder parlamentar. É a vida... Segue foto do meu árduo trabalho durante esta ausência, no meu gabinete privado.
Depois de larga discussão entre a comunidade científica e várias teorias lançadas sobre o tema, sempre parcas em provas concretas, Ene Capítulos está na condição de anunciar que o Vice versa existe. Com efeito esta personagem, um dos Vices Governador do Banco de Portugal, que manteremos no anonimato, versa que é uma maravilha, principalmente no formato quadra popular. Foi avistado pela nossa fonte de tinto carrascão na Tasca da Zarolha, onde após duas ou três horas de molhada reflexão, começou a fazer versos e nunca mais parou. A mesma fonte conseguiu gravar algumas partes da declamação. Seguidamente transcrevemos alguns exemplos desse divertido serão: “Com uma pensão chorudaEu pretendo me aposentarMesmo que volte a NarigudaDas finanças para besourar”“Ganho mais que o PresidenteDa Reserva Federal AmericanaMas nem sempre estou presenteQuando o assunto é trabalhar com gana”“Vou ligar para o VitinhaPara abrir um concurso para técnicosPois minha irmã e minha sobrinhaNecessitam empregos benéficos”“É fartar à vilanagem É gamar enquanto podesPois ao correrem com a gatunagemTu nem deixas, nem fod...”
Na corrente semana têm-se sucedido fenómenos para anormais no parlamento. Com efeito, nesta 4ª feira vários deputados da Assembleia da República desapareceram misteriosamente após terem assinado o livro de presenças. Os corredores encontravam-se sem vivalma na tarde de ontem e manhã de hoje. Ainda bem que a exposição temporária lá patente escondeu um pouco o vazio. O caso já foi entregue às autoridades competentes, que contarão com a colaboração de Alexandrino, Professor Karamba e secção X-Files do FBI norte americano. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, mostra-se também apreensivo com esta situação e avança duas soluções para o caso. Por um lado, os deputados desaparecidos poderão ter sido deportados para o país de origem – o Canadá. Freitas do Amaral já fretou um voo especial para Toronto, a fim de avaliar a possibilidade in loco. Por outro, a Al-Qaeda pode estar por trás de um rapto massivo de deputados portugueses, colocando-os estrategicamente no reino dos Al-Garves, carregados de álcool e prontos a explodir.
Há coisa de um mês atrás saiu o relatório do Departamento de Estado norte-americano sobre o respeito pelos direitos humanos em todo o mundo. Este refere que as prisões portuguesas continuam a registar problemas nas suas condições e com os próprios prisioneiros. Segundo o mesmo, em Portugal as condições das prisões são deploráveis e os prisioneiros não têm todos os cuidados necessários, chegando a ponto de afirmar que quase 2/3 da população criminal está infectada com Hepatite do Tipo B ou C e 14 % estará infectada com o vírus HIV. Em compensação, lá pelas américas eles têm a cadeira eléctrica e a injecção letal. Mais chique e moderno realmente... Afirmam também que existe sobrelotação da cadeias nacionais. Lá esse problema é inexistente, pois qundo há pessoal a mais... Tunga, pena de morte com eles que é um instantinho... Para ajudar à festa, ainda tecem considerações sobre os abusos a mulheres e crianças. Felizmente temos aquele maravilhoso país para nos abrir os olhos. Nem parece que a criminalidade por lá é bem superior às taxas portuguesas, em todas as matérias... Mas no fundo é bom ser-se americano. Fecha-se os olhos à realidade interna e avaliam se forma sobranceira o mundo. É justo.
Nesta altura do ano os católicos celebram a Páscoa. Segundo reza a lenda, esta foi o momento em que J Cristo ressuscitou. Mas Ene Capítulos teve acesso a factos nunca antes revelados sobre este episódio. Na realidade, Jesus estava lá naquela gruta depois de ter sido crucificado e pregado e mais não sei quê. Mas aquilo começava a aborrecê-lo porque não havia coitadinhos para curar, nem leprosos, nem prostitutas. É aí que ele trava conhecimento com um dos habitantes dessa gruta: o Coelho. Engraçam um com o outro e Jesus começa a entender a problemática deste animal. O Coelho vivia naquela gruta em união de facto com o Urso. Mas as relações homossexuais não eram bem vistas naquele tempo, nem tão pouco reconhecidas pelo Estado para efeitos fiscais. Mas o principal problema do Coelho e do Urso era o facto de não poderem procriar, pois o pai de J Cristo tinha concebido este ensejo apenas para relações entre sexos opostos. Os animais achavam isso uma injustiça. Assim, passado alguns dias desta lengalenga, J Cristo decidiu subir aos Céus, para dar uma palavrinha com o Criador. Tentaria convencer Deus a deixar que animais do mesmo sexo e espécies diferentes se pudessem relacionar livremente e conceber no seu útero o fruto do seu amor. Além disso, já começava a achar aquilo um pouco “abichanado” e sentia falta da Maria Madalena. No entanto, os seus planos saíram gorados. Deus via-se como um ser perfeito. Desta forma, se o mundo era assim foi porque ele achou que esta era a melhor maneira de criá-lo! Mas o Senhor ficou tão contente com o regresso do filho pródigo, que agora se encontrava à sua direita sentado (Deus sempre teve um problema com a esquerda), que resolveu dar uma prenda ao casal gay. Um lindo e belo ovo de galinha, o qual o Coelho deveria chocar e criar como se fosse o tão esperado rebento da sua relação com o Urso. Podemos tirar várias conclusões desta nova versão da Páscoa:1. O termo abichanado tem toda a razão de existir;2. Dissipa-se a problemática entre o Coelho e os Ovos da Páscoa;3. O ovo nasceu primeiro que a galinha.Brevemente contamos com revelações bombásticas sobre as amêndoas!
Lili Caneças, essa landa viva da cultura portuguesa que já assistiu a três passagens de século e não sei quantas mudanças de regime, viu hoje gorada a sua intenção de se submeter à 532ª operação plástica, o que lhe daria um novo record do Guiness (do qual é já detentora). Os cirurgiões que deveriam executar a intervenção, desaconselharam a Senhora Caneças, pois esta já não tem mais pele que possa ser esticada. Especialistas consideram que se Lili fizer nova plástica irão, com certeza, começar a notar-se os tecidos e órgãos internos, quando esta se encontrar em contra luz...
Sempre que vou à casa de banho, com o objectivo predefinido de me sentar na sanita (atenção que eu sou macho, só me sento na sanita para fazer outra coisa que não seja mijar) levo sempre qualquer coisa para ler, nem que seja o Destak ou a Dica da Semana. Mas no meu caso tudo bem, porque gosto de ler. No entanto, outro dia, não pude deixar de pensar em todos aquelas almas infelizes que não gostam de literatura. Como é que eles fazem nessas alturas. Por isso, venho desta forma lançar o repto para que se invente, o quanto antes, um sofá com ligação directa ao saneamento público e com autoclismo equipado de série. É que essa coisa de pensar que o sofá só serve para um gajo se sentar, já está ultrapassada. O que está a dar é a polivalência. É que assim essas pessoas podiam ficar a cagar comodamente na sala, enquanto viam na televisão os seus programas preferidos...
Nunca consegui compreender a expressão “ói óai” tão utilizada na música popular portuguesa. No entanto, dissecando um pouco este tema, julgo que esconde em si mesmo toda a ambiguidade, característica do povo português. Enquanto não for resolvido este paradoxo, o panorama nacional não será alterado e a sociedade não irá evoluir. Os senhores que mexem os cordelinhos da música popular tem que se decidir de uma vez por todas! Ó “i” ó “ai”! Os dois é que não pode ser! Ultrapassemos este dilema, para tentar assim apanhar o comboio da Europa (nem que seja no Eurofestival)...