CAMPO PEQUENO
Ontem abriu portas a nova Praça do Campo Pequeno. Os homens de barba rija da capital (z)urram de ansiedade por finalmente voltarem a ter possibilidade de assistirem a espectáculos tauromáquicos. Mas estes grandes machões levaram com um musical encomendado a Filipe La Féria na abertura oficial do recinto, o que não deixa de ser irónico. Mas não me leve a mal toda a afición. Há coisas giras nas touradas! E não, não estou a falar nos fatos dos toureiros e cavaleiros, que denotam estranhas tendências sexuais. Falo sim, dos touros, vacas e cavalos. No espectáculo em si, situações existem que podem chamar a atenção de qualquer ateu nesta matéria. Primeiro os forcados. Mas que raio passará na cabeça daqueles gajos para se meterem numa arena, com o objectivo de tentarem pegar um boi pelos cornos?! Não saberão eles que existem formas mais rápidas e indolores de se suicidarem?! Estão para ali 10 minutos a chatear o animal, aproximando-se cada vez mais deste. Quando o bicho investe (o touro é um animal economico-capitalista, que gosta de jogar na bolsa, como se já não houvesse para lá poucos bois), os forcados iniciam a sua retirada estratégica, encaixado uns nos outros, tipo comboio ou peças de lego. O mais giro é quando um ou dois destes são lançados pelo ar. No fundo é para isso que toda a assistência está ali. Quando numa tourada não há pelo menos uma ou duas cornadas, o espectáculo não foi satisfatório. Mas o mais interessante é quando o toureiro a pé leva com um corno no escroto, tipo Pedrito de Portugal. Aí é que a praça vai abaixo. É a loucura! No fundo trata-se da vingança da natureza. O seu místico poder de equilíbrio. No toureio a cavalo, já não tem tanta graça, dado que é geralmente a montada a sofrer o primeiro impacto da cornada. Tenho para mim a ideia de que a tourada é a expressão de uma sexualidade frustada de alguns homens. Principalmente nas famílias mais ligadas às touradas, tipo Moura ou Bastinhas. Defendo a teoria de que os homens que se dedicam às touradas são impotentes ou inférteis, aproveitando uma cornada nos tomates para se desculparem da situação. Para todos os que defendem a tauromaquia como uma tradição a preservar, eu contradigo com o desejo enorme de queimar uma ou duas cartomantes/videntes/médiuns/não sei quê, numa fogueira da inquisição... Então? Não concordam? É uma tradição bem portuguesa!
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