CASA COM JARDIM
A mentalidade portuga é realmente algo rústica, não há dúvida. Com tudo de bom e de mau que isso implica... Porque raio que quando digo que a minha prima comprou uma casa com um jardim, me apontam sempre: “Eh pá, que fixe! Agora já pode construir um hortazinha!” O quê?! Não, não pode construir um horta! A minha prima é farmacêutica e o marido dela director de markting de uma grande empresa, duvido que tenham conhecimentos, sequer generalistas, de agricultura. Simplesmente compraram uma casa com jardim para terem mais espaço para os filhos que querem e aumentarem a qualidade de vida. Mas não! O português quer é a hortinha. Ali com os tomates e couves e alfaces e cenouras e rabanetes. É aquela falsa ideia de segurança. De que, se tudo correr mal, ainda se pode recorrer às batatas plantadas no quintal ou às galinhas da capoeira, que acordam os vizinhos todos. Nem que, para se dedicarem à produção destes produtos levem o dobro do tempo e gastem o dobro do dinheiro, do que irem ao mercado da esquina comprar semelhantes bens... Quando disse que o prédio onde vivo tem um relvado em redor, poucas não foram as vozes que disseram: “Eh pá! Metes umas estacas a fazer um quadrado e plantas umas batatas!” Mas este povo está todo parvo? Mesmo que eu encetasse semelhante empresa, de certeza que a apanha seria feita por terceiros. O meu ideal de agricultura é ir ao supermercado e escolher os produtos que quero, produzidos sabiamente por profissionais. É verdade, existem pessoas que se dedicam exclusivamente a isso, até porque têm grandes quintaspara o fazerem. Portanto, meus amigos, não tentem isso em casa...
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