As Senhoras Doutoras

Há um facto que sempre me fez espécie... Porque é que em cada mulher portuguesa existe, no fundo, um médico em potência? Principalmente após o nascimento do primeiro filho? Um gajo encontra outro e pergunta: “Então! Ouvi dizer que o teu puto tá com febre?”. O outro responde: “É verdade! Acho que o vou levar ao médico.” Pronto! Diálogo terminado sobre esse assunto e pode-se começar a falar de futebol, que é o que realmente interessa. Um gajo não é médico não vai estar para ali a tentar adivinhar o que se passa com o puto. Isto no mundo feminino é totalmente contrário a todas as regras básicas... Nesse Universo o que existiria era um diálogo mais ou menos assim:
Mulher1 – Ouvi dizer que o teu bebé tão com febrinha?!
Mulher2 – É verdade, vê lá! Deve ser algum dentinho que tá para nascer...
Mulher1 – Olha que não sei! O meu quando isso lhe aconteceu, devia ter mais ou menos a idade do teu filho, e eram cólicazinhas...
Mulher2 – Achas?! Olha o da minha cunhada teve um princípio de gastrite!
Mulher1 – Não deve ser isso... Pela cara dele amarelinha deve tar com gripe.
Mulher2 – Não acredito muito. Pode é ser diarreia...
Mulher1 – Mas ele faz cocó muitas vezes?
Mulher2 – Não tá com prisão de ventre.
Mulher1 – Ah pois! E não será pézinho de atleta?
Mulher2 – Que disparate mulher! Então o fofo só tem 7 meses! Nunca fez desporto...
Mulher1 – Tá certo... Não me tinha lembrado disso. Mas pode ser lombriguinhas?
Mulher2 – Se calhar... Ou piolhos...
E assim consecutivamente até terem esgotado o catálogo Primavera/Verão de doenças. Em último recurso, então, levam o puto ao médico...